"Venha o Teu Reino"

Bem-vindo ao Palavra Viva, um espaço para divulgação do Reino de Deus, respondendo ao chamado dado pelo Senhor Jesus aos seus discípulos em Mateus 28:19: "Indo, fazei discípulos de todas as nações..." e Marcos 16:15: "Ide por todo mundo, e, pregai o evangelho a toda criatura". Venha, e vamos juntos construir um local de edificação e proclamação do Reino de Deus.


TODA A TERRA ESTÁ CHEA DA SUA GLÓRIA!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O QUE PODEMOS APRENDER COM OS "IMBARGOS INFRIGENTES"?


Ontem com o fim de mais uma etapa do julgamento do chamado mensalão, para o público de uma forma geral ficou a sensação de impunidade, de injustiça, de indignação diante de uma morosidade tão grande na aplicação da lei. Nunca nós, meros mortais distantes das ilhas dos direitos constitucionais, ouvimos falar tanto de imbargos infrigentes. Este recurso previsto pela lei foi motivo de bastante controvérsia no júri mais alto da nação. Enfim, tal recurso foi acolhido e este julgamento se arrastará por mais alguns meses, e quem sabe até anos. 

Sem discernir espiritualmente o que acontece ao nosso redor, sem ter uma forte convicção que a justiça divina nunca falha, podemos permitir em nossos corações sentimentos não gerados pelo Espírito Santo de Deus. Observar a maneira como este mundo gira, sem ter uma referência divina, pode trazer "náuseas" e muito mal estar. O indivíduo pode se tornar alguém cético em relação as transformações, e se sentir impotente diante da força deste sistema mundano no qual todos estamos envolvidos. Depois de ouvir o resultado desta etapa deste julgamento, veio a minha mente a experiência do salmista Asaph, descrita no Salmo 73.

Salmos 73:1-14

Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens. Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto. Os olhos saltam- lhes da gordura; do coração brotam- lhes fantasias. Motejam e falam maliciosamente; da opressão falam com altivez. Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra. Por isso, o seu povo se volta para eles e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos. E diz:Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo? Eis que são estes os ímpios; e, sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas. Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado.

Se o Salmo terminasse aqui o sentimento seria de desespero e desânimo. O salmista avalia sua situação do ponto de vista humano, chegando a conclusão que sua decisão por uma vida pautada na verdade e santidade é vã. Se o Salmo acabasse aqui estaríamos realmente diante de um quadro desesperador. Graças a Deus o Salmista continua:

Salmos 73:15-24
Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles. Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror! Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles. Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.

O pensamento de injustiça veio a sua mente, mas não encontrou lugar em seus lábios. Asafe foi até a presença de Deus, e discerniu que a justiça divina jamais falhará. O ímpio não ficará sem a devida punição. Sua aparente prosperidade é para o mesmo um verdadeiro laço aprisionador, mantenedor do estado de morte e condenação eterna. Pensar a vida sem Deus deixa o coração amargurado e endurecido, deixa o entendimento infrutífero sem a exposição da Luz.

O final para aquele que decide lavar sua vestes na santidade, fazer da verdade seu baluarte, e da fidelidade a Deus o seu estilo de vida, é ser recebido na Glória. E não há nada tão espetacular quanto a presença de Deus, e poder contemplá-lo face a face. Os que tem fome e sede de justiça serão fartos.

Cabe a nós, discípulos de Jesus e Sua Igreja, também refletirmos sobre nosso papel na sociedade. Por vezes apenas constatamos o mal, entretanto pouco fazemos para derrotá-lo. Seguimos uma espiritualidade restrita apenas aos templos. Não vemos a profissão como uma vocação divina. Não entendemos a vida sob a ótica da missão, da causa de Cristo. Vamos nos esquivando de ocupar espaços na sociedade, cedendo assim lugar para que aqueles sem temor de Deus ditem as normas. Não oramos o quanto deveríamos e poderíamos por nossa nação e suas autoridades. Somos ainda uma luz muito tímida, um sal quase sem sabor. Reproduzimos ainda muito da cultura deste mundo nas palavras, ações e comportamentos. Ficamos em silêncio diante das atrocidades e injustiças. Um silêncio eloqüente, que fala da nossa falta de compromisso e engajamento com a obra de Cristo.

O governo é uma instituição de autoridade estabelecida por Deus, tem suas responsabilidades e compromissos com o povo. Mas, a responsabilidade sobre a vida espiritual da nação está sob a Igreja, o Corpo de Cristo. E esta não foi enviada para constatar o mal, antes, deve seguir o modelo de Cristo, de destruir as obras de Satanás. Isso pode lhe custar caro, mas fora desta tarefa a Igreja se torna apenas mais um clube, um local de entretenimento.

Que Deus nos dê graça e entendimento sobre nossa missão e responsabilidade. Sejamos a voz do que clama no deserto, anunciando as boas novas de salvação e também o dia da vingança de nosso Deus, trabalhando arduamente para um número cada vez maior de indivíduos serem  levantados como carvalhos de justiça, implantadores do Reino de Deus, vivendo para a sua glória.

E, seja o mais importante da vida as convicções refletidas nas palavras finais do levita Asafe:

Salmos 73:25-28
Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.

O que os imbargos infrigentes nos ensinam? Que a indignação por si só não pode mudar absolutamente nada. É tempo de orar. De buscar a Deus. De viver para Deus. Só Nele e a partir Dele esta nação experimentará as reformas necessárias produtoras de uma genuína e duradoura transformação. Aviva Senhor a Tua Obra em nossa geração!