Tempos de crise não são nada fáceis. A própria palavra “crise” já aponta para um conceito que envolve conflitos, apreensão, dúvidas, incertezas, entre outras coisas. É uma palavra que tem sua origem no grego κρίσις,-εως,ἡ translit. krisis; em português, distinção, decisão, sentença, juízo, separação. A psicologia define a crise da seguinte forma: “A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Torna-se, então, muito importante a atitude e comportamento da pessoa face a momentos como este. É fundamental a forma como os componentes da crise são vividos, elaborados e utilizados subjetivamente”.
Na crise há a sensação da perda de controle, do estar de mãos atadas. O suposto equilíbrio anterior é rompido, algo novo e inesperado acontece. Algo que provoca a sensação de perda, de separação, trazendo a inevitável sensação de tristeza e angústia. Parece ter o apóstolo Paulo passado por um destes momentos difíceis da vida quando estava viajando pela Ásia. Observe suas próprias palavras:
Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos. 2 Coríntios 1:8
Lemos anteriormente, que segundo a psicologia, a maneira como nos comportarmos diante de tais momentos serão fundamentais para o que experimentaremos no futuro. E isto realmente é uma verdade bíblica. É a lei da semeadura e da ceifa. Então, observe as palavras seguintes do apóstolo:
Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos; O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda. 2 Coríntios 1:9-10
Não há formas mirabolantes que nos fazem sair dos momentos de crise. Uma coisa só é necessária: confiança em Deus. Essa é a atitude correta diante destes momentos aterradores que chegam como um tsunami tentando arrasar nossa fé, confiança e perseverança. O que aparentemente fugiu ao controle, continua sob a mira divina, sob os cuidados de Deus. E aqueles que pertencem a Deus, podem viver momentos de crise, mas a sua realidade contínua é estar em Cristo.
A crise será sempre um bom momento para refletir, pensar, avaliar como estamos, o que estamos fazendo, o que devemos fazer diferente, que níveis de mudança precisamos enfrentar. Ela vai trazer clareza sobre o nosso nível de espiritualidade, de fé e de comunhão com Deus. O quanto de fato conhecemos de Deus vai se revelar em tempos de crise. Independente da origem da crise, o sair dela vai depender de quais decisões tomaremos no meio desse “tsunami” existencial.
Não perca sua confiança em Deus. Tudo coopera para o bem daqueles que O amam. Isso é uma verdade e um fato. O final de tudo que Deus permite que aconteça em sua vida é para o seu bem. Então, aproveite as crises e fortaleça sua relação com Deus, e saia deste momento difícil ainda mais fortalecido. Quanto você olhar para trás, vai perceber que a “onda” não era tão grande quanto parecia, e que era necessário “surfar” neste mar.
Deixe que a Palavra de Deus alimente o seu coração. Fixe seus olhos nas promessas. Ore e peça forças para continuar seguindo firme, em frente, em direção aos sonhos de Deus para sua vida. As crises passam, mas a vontade de Deus permanece eternamente.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. 2 Coríntios 1:3-4
